ARTE NO FACE – Pintura (Johannes (Jan) VERMEER)
Por Luiz Gândara
Talvez você conheça o pintor do famoso quadro “Garota com Brinco de Pérola” (primeira imagem neste álbum), pelo filme do mesmo nome estrelado por Scarlett Johansonn em 2003.
Vermeer, holandês, nascido na cidade de Delft em 1632 foi um pintor de poucas mas expressivas obras – apenas 35 foram reconhecidas como da sua autoria – e isto leva a crer que se tratou de um artista de processo lento e detalhista.
Sabe-se muito pouco a respeito da vida de Vermeer.
Há uma tradição que diz que ele foi batizado em Delft a 31 de Dezembro de 1632, sendo o segundo filho e o único varão de Reynier Jansz, um negociante de arte.
Foi aluno de Carel Fabritius formado na oficina de Rembrandt em Amsterdam.
Casou-se com Catharina Bolnes em 20 de abril de 1653, ele calvinista e ela católica.
Vermeer morreu e foi enterrado a 15 de Dezembro de 1675 na sepultura da família na Oude Klerk (Igreja Velha) em Delft. Deixou onze filhos dos quais oito ainda viviam em casa com Catharina que teve de se declarar falida posto que Vermeer morreu cheio de dívidas.
A obra de Vermeer demonstra claramente a influência da música nas artes plásticas. “O que Vermeer captura tão brilhantemente é este senso de música criada naquele exato instante, nos deixando imaginar o que havia acontecido naquele momento ou o que aconteceria a seguir”, comenta o diretor da Academia de Música Anciã, Richard Egarr.
A maior parte dos quadros de Vermeer tem como tema os deveres domésticos, mas também surgem os conflitos provocados por mulheres pelo imperativo do dever e da virtude, aos quais se opõem os desejos libidinosos que já não eram permitidos expressar abertamente.
Podemos ser tentados a ver o método de Vermeer de codificar os seus sentidos, e a concomitante impressão de reserva e discrição das suas personagens em termos puramente estéticos, mas, na realidade, eles podem ser uma resposta a esse processo de mudança sociocultural.
Indiscutivelmente, as figuras de Vermeer, ao rejeitarem as normas e exigências da sociedade, tinham-se visto forçadas ao isolamento e, modestamente, haviam-se retirado – para o Silêncio.